Paixões e Despaixões

Para o bem e para o mal sou rapariga de coração aberto. Vou gostando das pessoas, dos rapazes, vou-me dando com eles, vou-me iludindo, vou-me apaixonando, vou brincando, puxando a corda de um lado e do outro naquele jogo de quero te apanhar mas não vou ser apanhada por ti, vou sendo feliz na minha cabeça de sonhos femininos e adolescentes, vou-me desiludindo, eles vão se afastando, vou-me desapaixonando e eis que outra pessoa bonita cruza no meu caminho e eu volto a apaixonar-me. Over and over again. Tanto estou lá em cima na minha inocência e histericidade como caio lá em baixo. O bom disto é que sou, relativamente, desapegada. Sou independente e orgulho-me disso. Mas vou, irremediavelmente, ligando-me às pessoas de forma tão distinta que nem eu sei classificar e as réstias vão ficando e permanecendo no meu coração como se de uma chama pequenina, quente e agradável se tratasse. Sim, agradável, que me aquesse o coração e me deixa de sorriso parvo na cara. Guardo o melhor das pessoas. Teimo em me lembrar constantemente do quão bem elas me fazem sentir e isso é o suficiente para me deixar a flutuar num manto de sentimentos abstratos. Talvez ilusões meigas, talvez desilusões disfarçadas, talvez saudades queridas. O ser feliz é tão real e passageiro tal e qual como o ser infeliz e deprimente e apático que é o pior estado em que posso ficar. Ambos vão e vêm e hão de sempre continuar a ir e a vir como um gráfico ciclico que mostra o quão provável é uma economia em crescimento depois de uma recessão. Tão certo como a noite virar dia ou como depois de um livro tremendo vir aquele vazio tão devastante.
Alguma vez isso irá mudar? Talvez. Afinal só tenho ainda 16 anos. Por muito adulta que me sinta ainda tenho as hormonas aos saltos e continuo a acreditar que a vida acontece com o propósito de ser feliz.

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