Infância

Olá hoje vim aqui falar da minha infância, mais propriamente da minha mania de suicídio e de depressão.
Quando era mais nova, e ouvia falar de suicídio e depressão, eu achava que me qualificava bem com essas duas palavras, mesmo não tendo sintomas de nenhum dos dois.
Mas ninguém dava por isso, que eu pensava em suicídio nem em depressão eu fiz tudo pela caldada, nem a minha família mais próxima reparava que eu estava estranha, pois eu sempre foi estranha.
Eu por vezes andava com mania de suicídio e com crises de depressão aguda; não suportava multidões perto de mim eu preferia a minha solidão e, acima de tudo, não tolerava entrar em fila comprida para esperar seja lá o que fosse.
E é nisso que toda a sociedade está se transformando: em longas filas à espera de alguma coisa. Tentei-me matar e não consegui. Mas tinha outro problema. Levantar da cama. Sempre tive ódio disso. Vivia afirmando: "as duas maiores invenções da humanidade foram a cama e a bomba atómica;
Acharam que estava louca, ou as vezes achavam que era brincadeira de criança, é só isso que essa gente entende: brincadeira de criança - passam da placenta pro túmulo sem nem se abalar com este horror que é a vida, sim eu considero a vida um horror.
Sim, eu odiava ter que me levantar da cama de manhã.
Significava que a vida ia recomeçar e depois passava-se a noite inteira a dormir cria-se uma espécie de intimidade especial que fica muito mais difícil de abrir a mão.
Sempre fui isolada.
Você vai-me desculpar, creio que não regulo bem da cabeça, mas a verdade é que, se não fosse por uma ou outra pessoa leal, não me faria a mínima diferença se todas as pessoas do mundo morressem. É, eu sei que isso não é uma atitude simpática. Mas ficaria todo bem melhor aqui dentro do meu caracol. Afinal de contas, foram essas pessoas que me tornaram infeliz.

Até Amanhã
Beijinhos
Ana-Sobral@

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